Zilda e eu durante a homenagem que ela recebeu em São Carlos em março de 2008
Lamento muito a morte de Zilda Arns ocorrida durante o terremoto que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, na noite de ontem (terça-feira). Zilda era médica pediatra e sanitarista e ajudou a fundar e coordenar a Pastoral da Criança, organismo de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Zilda, que também era irmã de Dom Paulo Evaristo Arns (arcebispo emérito de São Paulo) esteve em São Carlos no dia 17 de março de 2008, quando recebeu em sessão solene da Câmara Municipal, realizada no salão social da igreja de Santo Antônio (Vila Prado), o título de Cidadã Honorária da cidade por indicação da ex-vereadora Diana Cury.
Na ocasião, apresentei à Zilda os indicadores sociais do município e lhe entreguei uma medalha alusiva aos 150 anos de São Carlos. Destaquei para ela naquela oportunidade o engajamento de São Carlos no cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como mencionei os prêmios recebidos nos últimos anos, entre eles o Prêmio Innovare, um dos mais reconhecidos da área no país.
Naquele dia, Zilda disse que o baixo índice de mortalidade infantil (em março de 2007, São Carlos tinha índice de apenas 7,3 mortes/1.000 nascidos vivos, um dos mais baixos do estado de SP) era um bálsamo para sua alma. “É um privilégio saber desses números tão expressivos”, acrescentou Zilda à época. Ela também elogiou os programas de reabilitação de menores em conflito com a lei, como o NAI. “Promovendo a paz é que vamos ajudar a inibir a criminalidade”, explicou a médica. “Com saúde e educação vamos construir uma sociedade mais solidária”, completou Zilda.
O legado de Zilda Arns será eterno. Seu exemplo de vida e dedicação às nossas crianças servem de inspiração para todos nós. Gostaria também de estender condolências aos familiares dos militares brasileiros mortos no mesmo terremoto e que faziam parte da Força de Paz da ONU no Haiti.
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