segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

SERRA E AS ENCHENTES EM SÃO PAULO


A despeito do grande volume de precipitação pluviométrica que vem ocorrendo no estado de São Paulo de um modo geral e principalmente na capital, ocasionando infelizmente mais de 70 mortes neste verão, é preciso comentar algumas questões em relação ao tema do ponto de vista de gestão tucana no estado.
De acordo com dados do orçamento estadual, em 2010 houve redução em 20% para as ações de combate às enchentes: de R$ 252 milhões em 2009 a verba caiu para R$ 200 milhões. Tão preocupante quanto, é a decisão do governador de diminuir os investimentos em serviços e obras complementares na bacia do Alto Tietê, ao redor da capital, em 61%. Se com os valores atuais já temos diariamente uma tragédia a cada chuva, imagine-se com o corte nos investimentos.
O agravamento das enchentes em São Paulo não ocorre por culpa de São Pedro como afirmou o governador e sim por graves erros de gestão. Em denúncia feita por membros do Comitê da Bacia do Alto Tietê, as barragens deveriam ter sido parcialmente esvaziadas antes do período chuvoso, de forma que pudessem absorver o excesso de água. Para o Comitê, isso não ocorreu devido à privatização do sistema que controla a vazão das barragens. Toda a água represada no Sistema do Alto Tietê é gerenciada por um consórcio e, quanto mais cheias as represas, mais interessante “comercialmente” é para as empresas que formam o consórcio. E o curioso é que Serra espalhou, com dinheiro dos contribuintes paulistas, propaganda elogiosa à Sabesp em todo o território nacional.
Na campanha presidencial de 2006, o então candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, afirmou que com os investimentos que fez quando governador de São Paulo, a capital estaria livre das enchentes e que o risco de alagamentos cairia de 50% para 1%. Não é, lamentavelmente, o que vemos, para desgraça dos paulistanos.

Enquanto o governo de SP reduz investimentos em drenagem, o Governo Federal faz o inverso. Na semana retrasada, em sua visita a cidade de Rio Claro, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deu ciência sobre a disponibilização de recursos da ordem de R$ 1,1 bilhão para obras de drenagem por meio do PAC 2 no estado de SP.

Enquanto isso, apesar das chuvas torrenciais que desabam sobre São Carlos, nossas obras de combate às enchentes realizadas por toda a cidade a partir de 2001 e que têm sido continuadas com competência pelo prefeito Oswaldo Barba, estão dando até aqui conta do recado. Isso, apesar do enorme risco que estamos sofrendo em função do atraso na liberação da verba para alargamento do córrego do Gregório na altura da rua São Joaquim que, autorizada pelo então governador Cláudio Lembo em dezembro de 2006, só chegou aos cofres municipais 30 meses depois.

Decididamente Serra não gosta de combater enchentes e os tucanos, sabemos todos, não gostam do PAC. A esperança é que tenham aprendido a lição e que, com humildade, postulem os recursos do PAC 2 contra as enchentes colocados à disposição pela ministra Dilma.

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